quinta-feira, 19 de julho de 2012

Ilusão da matemática ou 10/12/14 vezes

Quando iniciei o ano sem compras, em julho de 2011, estava costumada com propagandas que anunciavam os produtos em 10 vezes sem juros e pouco antes de julho começaram a ofertar itens em 12 vezes sem juros. Até aí tudo bem.

Havia um colega de trabalho, aquele especialista em finanças que sempre consultávamos e já falei dele aqui no blog,  que sempre aconselhava a compra no máximo de parcelas possíveis acaso o comerciante não concedesse desconto à vista.

Bem, esse comportamento gerava a falsa expectativa de que tínhamos mais dinheiro do que era a realidade da conta e parcelas e mais parcelas iam se somando, prejudicando até um orçamento mensal compatível com a realidade.

O comportamento do comércio não ficou por aí! E outras pegadinhas se sucedem. Penso que como eu as pessoas tinham claro que algo cujo valor fosse R$ 999,90 poderia ser comprado por 10 vezes de R$ 99,99 e isso deve ter ficado inserido até no inconsciente coletivo.

Dia desses assistindo televisão aberta, coisa que raramente faço, vi produtos anunciados a 12 vezes de R$ 99,99 e o preço à vista era de R$ 999,90, ou seja, eles apenas omitiram a informação de que era sem juros, mas mantiveram o valor da parcela para "pegar" aqueles menos atentos.

E a coisa toda vai piorando! Mais recentemente vi propaganda de 14 vezes de R$ 99,99 (nosso valor hipotético!) e o preço à vista de R$ 999,90. Somente estão aumentando os juros bem debaixo de nosso nariz e a ilusão de ótica, criada pelas propagandas de muito tempo ofertando 10 vezes o mesmo preço à vista, talvez faça com que alguns incautos caiam na pegadinha e achem ainda vantajoso.

Afora os fatos acima narrados, precisamos nos conscientizar do efeito que o parcelamento traz para nossas mentes, do falso poder que pequenas parcelas mensais nos dão e no final estamos endividados.

Se você não tem dinheiro, como pode comprar com cartão de crédito? como pode comprar com cheque pré-datado? como pode comprar parcelando em carnê da própria loja?

E lá vamos nós, consumidores inconscientes, adquirindo diversos itens em parcelas mensais que não cabem em nosso orçamento e produtos que no valor total nos levariam, por exemplo, à economia para umas lindas férias em família.

Já estou há 384 dias sem comprar e, embora haja uma efetiva economia, não tem sobrado grande quantia de valores, pois existem objetivos, metas e todos os valores já tem sua "rubrica" específica.

Fico pensando como é que eu conseguia manter todos os compromissos que tenho atualmente - alguns iniciados em 2009 ou antes - e ainda comprar alguma coisa não essencial. Realmente não sobra para supérfluos e desnecessários!

Como farei quando voltar a comprar? Ainda não sei, considerando que certamente não vou me endividar, parcelar ou comprar se não houver um valor específico para esses gastos pessoais ou mesmo para a casa. Talvez eu estabeleça, quando terminar alguns investimentos, uma pequena mesada mensal. Por enquanto, se houver alguma necessidade urgente, tenho o dinheiro das vendas.

Eu nem acreditei que tinha tanto dinheiro parado em casa! Desde que comecei a vender as coisas que não uso foram os R$ 732,00 para a poupança, depois mais R$ 190,00, hoje ainda entrou mais R$ 216,00 e há previsão de uma venda para sexta de um vestido de festa por r$ 120,00.

Quanta coisa parada em casa! Quanta coisa que eu não usava e não usaria mais, sendo que as pessoas vão aproveitar por um preço bem baixo, sem precisar parcelar, e esses valores certamente vão auxiliar no meu orçamento.

Adorei!!! E até meu filho mais novo pegou seu Playstation 2 com todos os acessórios e pediu para vender também. Claro! Ele tem outros dois que usa e não mais usa esse, podendo aproveitar os valores para outros desejos.


4 comentários:

  1. Estava eu organizando meus comprovantes de pagamento, considerando que já passamos do meio do ano e quase um mês, e constatei algumas coisas:

    - É muito bom não ter parcelas a perder de vista;

    - é muito bom ver fatura com zero a pagar;

    - gastamos muito com coisas básicas como carro, alimentação, impostos


    Sabe, teu colega especialista em finanças estava certo em sugerir a pagarem no máximo de vezes acaso não fosse concedido desconto. Mas isso só funciona se a pessoa for praticamente perfeita no assunto e separe aquele montante principal e coloque em poupança ou em algum investimento que domine. Assim a pessoa ganha algum valor a título de juros e vai pagando as parcelas no seu vencimento.

    Ocorre que quase ninguém tem essa disciplina e ai o mais comum é fazer a compra em parcelas a perder de vista, depois ainda usar o "restante" para mais parcelas e mesmo que tenha como pagar tudo, o psicológico fica abalado. E o mais comum é perder completamente o controle das finanças.

    É duro controlar, mas é necessário. Eu bloqueei meu cérebro para fazer certos tipos de divisões e obriguei o mesmo a ler em "anos" e não "vezes".

    Mas essa dos juros além do padrão embutido e ignorado (teu colega especialista poderia confirmar isso kk) me assustou. Vou começar a prestar atenção só por curiosidade...

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    1. Adriana, posso até estar sendo chata, entretanto, penso que essas observações que me chegam por estar fora do consumo podem alertar muita gente!

      Essa semana, em um jantar aqui em casa, o pessoal estava falando da facilidade do pedágio pago com "Sem Parar" e eu falei que não colocava em razão da mensalidade, parece que de "apenas" R$ 16,00 mensais e eles retrucaram que seria um valor baixo, o que respondi que anualmente daria R$ 192,00 e isso representaria, por exemplo, a diária de um hotel... acho que ninguém entendeu!!! rs... já pago R$ 12,80 para ir para Londrina em cada trajeto e ainda vou pagar mensalidade? Eu recuso!

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  2. Bah, ontem eu estava pensando nesse auto expresso de passar sem parar no pedágio.

    Aqui é um pouco menos. Pago 9,90 fora o que usar. No via fácil seria um pouco mais, mas acho que é uns 13. Em todo caso estava ontem analisando o quanto que vai nessa facilidade. E pior que não consegui ter forças para cortar. Joguei no "gorduras a queimar" do meu cérebro em razão de outras economias. Mas certamente é uma diária de hotel/ano que daria para usar, só que o negócio é tri bom...

    Espero que sejas mais forte do que eu porque depois que instalamos é tudo tão prático. Mas é uma despesa que estava pensando que não precisava mas fui fraca! rs

    Obs. Como são caros os pedágios dai.... tomara que aqui no RS não imitem!!! Kkk bom são os de SC

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    1. Adriana, todo mundo fala que é muito bom, meu filho uma vez colocou e levei um tempo para convencê-lo a tirar do meu carro (sim, no carro dele ele não colocou... rs). Hoje em dia ele me dá razão e espera pacientemente na fila... não há muita diferença na estrada para quem passa com o "sem parar" e quem paga direto na cabine...

      Os pedágios daqui são caros demais, mas não te preocupas vivente que não contaminará o Rio Grande Amado... rs

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