domingo, 28 de outubro de 2012

Tecnologia, consumo e desemprego

Essas mudanças tecnológicas todas me tiram do sério e é por isso que estou bastante nervosa nos últimos tempos, não é a tireóide não!

Lembro da categoria dos bancários, normalmente era a melhor remunerada e com o maior destaque na sociedade. Com os caixas eletrônicos e outras tecnologias de atendimento virtual, verificou-se uma diminuição na quantidade de empregados nessa área, bem como uma derrocada salarial, sendo que os valores recebidos hoje pela categoria são infinitamente menores que aqueles pagos antigamente.

Toda essa corrida por desenvolver novas tecnologias e novos produtos tem como maior objetivo a diminuição do custo dos produtos, entretanto gera desemprego, gera extinção de toda uma categoria de trabalhadores, além de deixar muitos e muitos à margem do mercado do trabalho por conta da impossibilidade de acompanhar e até mesmo aprender como funcionam esses novos meios de produção.

Algumas culturas agrícolas que geravam muitos empregos foram mecanizadas, outras estão sendo mecanizadas, por exemplo o corte de cana. Quanto à este último concordo que não é trabalho para ser humano realizar. Um cortador de cana tem "vida útil" pouco superior a trinta anos, entretanto fico me perguntando o que será feito desses trabalhadores que muitas vezes são analfabetos.

Pois é. Mudamos o modo de produção que era feito para gerar mais produtos e terminava por gerar mais empregos e, por consequência, movimentava a economia através do consumo que era inclusive incentivado. E agora?

Talvez migremos para um sistema diverso do capitalista, onde as pessoas sejam mais cautelosas em relação ao consumo, deixando a "ilusão" do ter cada vez mais coisas para supostamente encontrar a felicidade. 

Já estamos caminhando rumo à modificação dos hábitos, deixando de produzir adrenalina das compras por impulso e passando muitas pessoas a um consumo consciente e somente do necessário.

E como ficará a grande massa desempregada? Não sei!

Aprendi a "datilografar"- para quem não sabe datilografar é utilizar a máquina de escrever de forma correta -, fui obrigada a utilizar máquina elétrica e após uma máquina de escrever eletrônica, depois fui coagida a utilizar o computador e os programas para mim serviam apenas para "datilografar" meu serviço. Depois veio o acompanhamento por computador dos processos e atividades. Há algum tempo trabalho com processo digital no sistema do Paraná e agora mudarei para o PJ-E, sistema nacional.

Olha, é muita mudança para quem veio da máquina de escrever Olivetti ou Facit. E o pior é que essas mudanças vem acompanhadas de alterações salariais (falta de reposição por mais de seis anos, sequer considerando a inflação, apesar da Constituição prever essa reposição de forma anual) e essas alterações atingem diretamente os cargos das pessoas com quem trabalho, com retirada de funções gratificadas e isso gera uma menor remuneração, ficando cada vez mais a carreira pouco atrativa.

E lá vamos tentando adequar o consumo à essas novas realidades tecnológicas e financeiras. O que acontecerá daqui para frente? Parece que antigamente tínhamos possibilidade de sonhar, esperar tempos melhores. Hoje em dia a vida vem atropelando e a cada dia uma novidade nem sempre boa, dificultando planos e até dificultando a forma de trabalhar, pois constantes as mudanças e sequer sendo dado um tempo razoável para adaptação.

O que acontecerá daqui para frente? O que acontecerá com a multidão de desempregados criada pela tecnologia? O que acontecerá com todos nós em termos de consumo?

É preciso antecipar, no mínimo e na medida do possível, mudanças em relação ao consumo. 

Pense nisso!!!

7 comentários:

  1. Primeira vez que não concordo contigo.

    Até ia expor o meu ponto de vista mas pareceu um moderado mal humor aqui no texto, então não quero majorá-lo rs.

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    1. Eu acho muito engraçado como a gente vai se conhecendo por aqui... é mau humor mesmo... rs... muito mau humor, de qualquer forma fica a preocupação com os excluídos pela tecnologia... beijos

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    2. É, ele ficou tão nítido quanto meu erro do "mal" com "l". rs

      :-)

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  2. Ziula sou obrigada a discordar de você diante desse assunto.
    A tecnologia é muito boa e muito bem vinda e a sociedade precisa acompanhar o desenvolvimento tecnológico.
    Assim como se perdem os empregos mais simplórios, muitos novos postos de trabalho são criados, mas infelizmente a grande massa da população não tem acesso à educação e qualificação profissional.
    Se a sociedade não acompanha este desenvolvimento , isto se deve aos nosso queridos políticos que não investem na EDUCAÇÃO da população.
    A maioria dos empregos que haviam para a população sem estudo eram trabalhos arriscados, perigosos que não levavam em conta a saúde da população.
    Eu digo isso porque sou Engenheira e trabalho no desenvolvimento de tecnologias, e ao desenvolver máquinas que substituem um trabalhador numa fábrica, já pensei e discuti muito este assunto, e cabe à própria empresa a qualificação desses funcionários que passam a trabalhar atrás de uma máquina, com muito mais segurança.
    Infelizmente muitos empresários e políticos não querem que a população tenha estudo e dificultam este processo.
    Mas eles não querem porque sabem que um povo culto não vai eleger tão mal assim esses políticos ordinários que estão no poder.
    Mas nunca perco a fé e sei que essa realidade um dia vai mudar.
    Esse é um assunto que podemos ficar o dia inteiro debatendo, mas vou ficando por aqui..

    Abraços

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  3. Ziula, a tecnologia afeta o meu trabalho também, mas de um forma completamente diferente do que afeta o seu. os pacientes chegam no consultório após ter feito pesquisas no Google sobre seus sintomas, problemas e questões e já esperam que a gente aja dessa ou daquela maneira, o que dificulta muito o trabalho (porque em 90% das vezes as informações que obtiveram são incorretas ou não se aplicam realmente à situação dos pacientes). Outra coisa muito frequente é uma proliferação maluca de linguajar e termos técnicos: quase todos as crianças que chegam encaminhadas das escolas já trazem um papel escrito por alguém da equipe da instituição de ensino dizendo que a criança é hiperativa ou tem déficit de atenção... a internet ajudou a informar as pessoas, mas o uso incorreto dessa informação banalizou muita coisa na área de Saúde Mental.

    Sobre salários não tenho muito a dizer... a profissão de psicólogo só foi reconhecida (regulamentada) no Brasil em 27 de agosto de 1962 e desde então as coisas se tornaram só um pouquinho mais fáceis... O salário é baixo, de um modo geral (mas há um série de exceções) e no SUS é baixíssimo mesmo, vergonhoso. A Educação pública do país, que já foi muito boa ficou ruim e a Saúde que nunca chegou perto de ser boa, continua mal. O que as pessoas querem são números e produtividade e raramente alguém pensa na qualidade; raramente alguém pensa em contratar mais pessoal...

    Bjo (também tô mal humorada!)

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    1. Marina, na minha área é um tal de copia e cola e muitos sem sequer saber o que estão pedindo ou contestando... muitas e muitas páginas de coisas inúteis... enfim...

      E vamos lutando por melhores salários... quem sabe um dia sejamos valorizadas, não é mesmo!!!

      Beijos

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