quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Experiência compartilhada... FACILIDADE DE CRÉDITO

Semana passada falávamos sobre isso: a facilidade do crédito! Como é fácil conseguir que o banco ou alguma outra financeira "dêem" dinheiro para que realizemos nossos "sonhos".

E a Débora deixa isso bem explicado:

"Eu concordo tanto com isso que você falou sobre a facilidade de crédito, porque é isso que a maioria tem, apenas crédito, não tem dinheiro realmente, porque se tivesse comprava à vista e com desconto.

Eu tenho o privilégio de morar no centro de SP com acesso fácil a qualquer parte da cidade, como trabalho na periferia eu uso apenas o metrô e em sentido contrário, então é vazio para ir e para voltar. 

Se fosse trabalhar de carro teria que sair mais cedo de casa pelo menos meia hora e teria que pagar estacionamento porque deixar na rua é perigoso e mesmo explicando todos os contras que eu teria tendo um carro, ainda assim as pessoas não se conformam por eu não comprar um. 

É complicado vencer a pressão dos amigos e familiares, que muitas vezes te olham como um fracasso já que não consumimos o mesmo que é esperado."

Sinceramente não sei como as pessoas criam essa ilusão de que o dinheiro é delas, esquecendo que precisam pagar com seu próprio salário esses valores.

Em um almoço conversávamos sobre compras e alguém comentou em tom irônico, aquele irônico de brincadeira e não para ofender:

- A Ziula só compra à vista!!! Eu não resisto!!! Se o preço é o mesmo em doze vezes porque eu vou pagar à vista!!!

As demais pessoas concordaram e disseram que realmente o parcelamento é vantajoso.

Discordo quanto à vantagem! Você vai pagar à vista simplesmente pelo fato de que é a única maneira de controlar sua vida financeira. Até perguntei se já tinham somado as parcelas e a resposta foi dada com um tanto de desânimo e a expressão usada foi "pois é!!!".

Se você tem dinheiro, tem necessidade e até quer realizar um sonho, você compra! Caso contrário, deve juntar os valores, anotar o desejo e, após ter provisões suficientes, fazer ou não a compra. O tempo anda passando tão rápido que nossos desejos também mudam rapidamente, se formos satisfazendo todos aqueles que aparecem certamente não teremos saúde financeira.

A última vez que comprei parcelado foi um tênis, em doze parcelas, isso mesmo!, doze parcelas porque era "sem juros" (nem cogitei em pedir desconto à vista). Isso foi um pouco antes do início do primeiro ano sem compras e passei praticamente todo esse ano anotando e pagando as famigeradas parcelas. Como já não estava mais consumindo aquelas prestações me davam enjôos, uma sensação de ter "comido" algo e estar "lembrando" o ano inteiro.

Acaso tivesse pago à vista e poderia até tê-lo feito, certamente não teria essa sensação. Pode parecer exagero, mas era exatamente o que sentia mensalmente. Depois disso: nada de prestações!

E somente assim consegui reservar valores para deixar minha casa do jeito que eu quero, pois é aqui que passo a maior parte do tempo e gosto de coisas bonitas, pois elas me trazem um certo "conforto" quando olho.

Hoje de manhã olhei para a orquídea que fica no balcão que separa a cozinha da sala e falei para minha filha:

- Olha que coisa mais linda! Os botões que estão para abrir tem um verde brilhoso e parecem até de mentira!

Ela começou a rir e acho que não entendeu nada, mas eu sou assim!

Agora já estou mudando o foco para pensar em formas de lazer, embora ainda tenha pequenas coisas a fazer, desde que possa pagar à vista!!!

7 comentários:

  1. Ziula, eu também scho uma loucura essa facilidade parater crédito e a forma como as pessoas se endividam. Por outro lado, acho que ter algum crédito e utilizar de uma forms equilibrada pode ser sim muito interessante. Eu parcelo coisas no cartão e crédito e às vezes isso me ajuda bastante. Para fazer as mudanças necessárias na casa assim que a comprei e precisava mudar rápido pois a antiga era alugada e tinha data máxima para se entregue eu dividi quase todo o material de construção no cartão. Eu não tinha grana guardada, precisava fazer a obra naquele momento e seria impossível comprar todo o material de uma vez só. Parcelar coisas maiores também pode ajudar bastante quando a gente precisa do bem imediatamente e não dá pra esperar mas não temos dinheiro naquele momento. Eu não concordo com essa ideia de que se não posso pagar à vista é porque não posso ter... acho radical demais e parece que todos que parcelam alguma coisa são descontrolados com dinheiro, o que não é verdade. Enfim.... só acho ruim essa pressão que você sofreu e que todos que estamos fazendo escolhas diferentes acabamos tendo quesofrer. Scho chato e antipático!

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    1. Marina, seu comentário me levou à muitas reflexões. Você é meu exemplo e sabe disso, devo meu primeiro ano sem compras a você e seu blog, entretanto, você é uma pessoa diferenciada, consciente e que já pratica um consumo de forma muito diversa das pessoas em geral, logo, não posso dizer que minhas palavras se aplicam ao seu caso.

      Por outro lado, continuo pensando que em toda e qualquer circunstância precisamos criar a cultura de guardar e depois comprar e jamais parcelar...!!! Não se trata de ser descontrolado ao parcelar e sim de uma mudança de cultura. Vejo pessoas, por exemplo, que tem uma tv lcd em perfeito estado, mas mas mas precisam urgentemente uma tv de led e parcelam em quarenta e cinco vezes... é a esse tipo de coisa que me refiro como inadmissível...

      Sei que levará tempo até que as pessoas se conscientizem, mas nós chegamos lá!!!

      Beijos

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    2. Ziula, eu li o blog que vc fez sobre esse assunto e comentei por lá. Não sei se você conseguiu passar a idéia de que o excesso é que é o problema, então fiz um comentário apontando nessa direção e explicando melhor as minhas escolhas e formas de pensar a esse respeito. Pessoalmente, eu tenho muita dificuldade para fazer uma mudança na minha vida quando ela já começa com uma virada brusca. Eu já fiz esse tipo de mudança radical muitas vezes na minha vida e no início é ótimo me eu fico super empolgada, leio sobre o assunto, invisto muito em colocar novos hábitos em prática, etc., mas depois de um tempo essas mudanças não se sustentam porque parecem tão rígidas que eu sinto que estou limitada, sufocada e me pego tentando controlar cada aspecto da minha vida para mantê-la, o que acaba por me tiranizar. Anos fazendo as coisas dessa forma me fizeram abordar asmmudanças como algo que deve ser feito de forma menos abrupta, sem que isso gere uma ruptura tão grande. E isso se aplica à minha forma de lidar com dinheiro. Desconfio que seja assim para outras pessoas também. Para mim fazer uma mudança tão grande de uma vez só seria como pedir a uma criança para começar a andar sem passar pela fase de engatinhar. De vez em quando fucioma, mas na maior parte das vezes fica sendo só um interesse que me absorveu bastante por um período de tempo e que foi abandonado.

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    3. Terei dislexia? Kkkkk... li o post.

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    4. Marina,

      Você falou no outro comentário que já está iniciando um planejamento e isso é muito importante. Logicamente não acho que a gente deva mudar tudo de uma hora para outra, certas atitudes devem ser paulatinas e de uma forma mais vagarosa. Você parcelou, hoje tem um planejamento, mais para a frente não irá parcelar e irá concordar comigo, ou não irá concordar e isso não importa, estamos raciocinando, pensando juntos, buscando soluções para a loucura do consumo!

      Ninguém por aqui pretende impor comportamentos, mas terminamos por ajudar algumas pessoas pelo exemplo, bem como aprendemos com o exemplo dessas pessoas, e isso acabou acontecendo com nossos blogs.

      O importante é trocar idéias e pensar sobre o consumo, com certeza a decisão final de cada um terá sido raciocinada e não mais no automático como vivemos desde o nascimento: consumir é bom, parcelar é bom, juros não importam... por isso radicalizo no sentido contrário e você traz o meio termo... cada qual sabe o que é melhor para si, mas para escolher tem que passar a conhecer diversos caminhos!!!

      Obrigada por sua amizade e por seu exemplo!!!

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  2. Essa facilidade ao crédito era para ser uma coisa boa, acho que o não saber lidar com isso que desvirtuamos e acaba sendo uma tendência ao endividamento.

    Eu já pensei também que era mais vantagem pagar em 12 x se o preço em 1 x ou 12x não sofresse variação. Isso até experimentar e ver que lá pela 4ª parcela dá um desânimo e na 6ª, uma sensação de que não vai acabar nunca. Isso quando não somadas outras que tornam essas 12 x algo interminável mesmo! Assim que desisti dessa prática. Prefiro o não comprar, o esperar. Até porque juntando antes ficamos mais seletivos ao gastar.

    O desconto à vista, ainda que cada vez mais raro, é uma coisa boa. Um estímulo para juntar primeiro e depois comprar.

    Meu irmão tinha visto um micro-ondas em um local que iria fechar o setor de eletro, e tal produto estava de R$ 299,00 por R$ 199,00. Mas antes de fechar a compra resolveu pesquisar nas imediações e na internet. Isso foi num sábado pela manhã. Confirmado que realmente estava em promoção, foi lá comprar. Isso no domingo seguinte. Só que o valor já tinha retornado para R$ 299,00. Ele questionou o vendedor e foi informado de que segunda-feira o preço voltaria a ficar R$ 199,00. Assim que retornou lá depois do trabalho na segunda e o preço continuava R$ 299,00. Teve que se incomodar um pouco para fazerem o preço informado pelo vendedor que já tinha saído naquele horário.


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    1. Adriana, crédito nunca é bom... Crédito é comprar dinheiro que você não tem para pagar com juros que você nem se dá conta e que interferem no orçamento nos meses seguintes!!!

      Temos que incomodar mesmo para ter desconto e não podemos desanimar...

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