Esta noite
não dormi assolada por uma saudade daquelas que doem de verdade.
Dizem que a
saudade é a presença da ausência e a falta de alguns seres que já partiram para
a espiritualidade me fizeram chorar muito esta noite.
Senti a
ausência, neste plano físico, da Bisavó Cotinha, sempre sorrindo e mais ainda
quando ganhava cestas com guloseimas; da Bisavó Waldomira, ou simplesmente
Bisa, companheira na solidão e nos problemas da minha adolescência; do Avô
Atílio, com seu radinho sempre colado ao ouvido, cujo volume ele somente
aumentava quando seu time fazia um gol; da Vó Altiva, com sua bondade,
preocupação e empenho em sempre fazer alguma coisa de bom para a família; do Vô
Aristides, meu mentor, mestre e conselheiro para todos os problemas da vida; da
Lazona, cujo silêncio esclarecia todos os mistérios da vida e da morte, da
bondade e da maldade, sabia quando uma colega de asilo iria partir juntando as
mãozinhas e apontando para o céu alguns dias antes da partida, conhecendo as
pessoas pelo olhar e somente permitindo aproximação daquelas que sentia
possuíam um bom coração; do Luis, também do asilo, que no início das visitas
dizia palavrões e não saia do quarto com medo de ser assassinado, sendo que com
o tempo passou a fazer poesias belíssimas para esperar a visita e
confraternizava, juntamente com os outros, quando havia algum jantar diferente;
do Enrico, amigo de todas as horas, companheiro das minhas dúvidas e até nos
momentos mais difíceis conseguia enxergar algo engraçado na situação; do Tchê,
meu cachorro, que dormia roncando ao lado da minha cama, somente levantava
quando tinha certeza de que eu iniciaria meu dia, cantava quando a Emilia pedia
e sabia, bem antes de qualquer sinal que um humano poderia sentir, quem estava
para chegar e sentava-se à porta para esperar; da Ana Ghisi, colega de
concurso, tranquila, espiritualizada, com quem tinha um almoço marcado e o
universo impediu.
Posso ter
esquecido alguém, mas estas eram as causas desta noite!
Deve ser
este sofrimento todo que me faz viver hoje tão próximo das pessoas que penso acrescentam
amor e felicidade à minha existência, aproveitando-as ao máximo enquanto
estamos no mesmo plano.
Por isso, não deixe para amanhã tudo que você dizer e fazer por outro ser, faça hoje, ninguém tem certeza do que será o futuro ou de quanto tempo é nosso futuro na Terra.
Por isso, não deixe para amanhã tudo que você dizer e fazer por outro ser, faça hoje, ninguém tem certeza do que será o futuro ou de quanto tempo é nosso futuro na Terra.
Torne todas
as pessoas e seres mais importantes que qualquer objeto, aquisição, viagem ou
seja lá o que for, porque no final sobra apenas o que está no coração e o
sentimento gravado em nossa alma.
Ame, diga
que ama, mande mensagens, cartões, flores, dê carinho, afeto, cuide com todo
seu potencial, e tudo isto HOJE! Amanhã, poderás apenas demonstrar sua saudade
em um texto e sofrer a ausência em seu coração!
Emocionante o post. E a saudade é reflexo que momentos maravilhosos foram vividos com aquela pessoa. Tenha uma semana maravilhosa. Abs.
ResponderExcluirCecília, a saudade de pessoas que se foram nos impulsionam a buscar outras para termos maravilhosas experiências para a dor ficar menor.
ExcluirUma semana maravilhosa para você.
Abraços
Caramba, tivestes até bisavós? Eu nem saberia dizer o nome dos meus, mal e mal conheci um avô por parte de mãe e uma avó por parte de pai, acho que meus pais sempre quiseram nos poupar de alguma tristeza e na época lembro que a mãe comprava fraldas para esse avô e a minha avó que vivia na serra só vi uma vez que eu lembre.
ResponderExcluirEu acho que temos que lembrar das coisas boas com saudades mas sem deixar que isso comprometa o presente, também sinto falta dos meus cachorros que tive na adolescência e viveram seus quase 15 anos, o mais velho viveu mais, era mais tranquilo. O mais jovem morreu um pouco antes causando uma surpresa enorme, porém era muito estressado. Mas eu tenho consciência de que fui o melhor que pude com eles, a mãe também, ainda que brigasse comigo quando eu dizia que estava muito calor e levava eles para dormir no meu quarto e dai como ela ficava braba eu deixava ela dormir, pegava eles e deixava de volta antes dela acordar. Por um tempo eu achei que isso funcionava, mas ela sempre soube que eu fazia isso, nem precisava “esconder” rs e quando eles estavam velhinhos ela que fazia isso por mim, já que em outra cidade eu não podia, só nas férias.
É preciso observar a pirâmide, e valorizar quem nos valoriza. Um tempo atrás eu estava dizendo pra mãe algumas coisas que não gostava em uma tia, uma das irmãs mais novas dela. Daí ela disse que eu era mal agradecida, que essa tia sempre fez minhas vontades, que quando ia no pré-escolar e não queria ficar, ela ficava sentada lá no colégio para que eu visse da janela e ficasse na aula, que fez isso por mais de um ano. Eu nem lembrava, mas já vi na casa dessa tia revistas de colorir da época que tinha uma que publicou um desenho meu, mas isso eu já tinha 7 anos pelo que estava no papel. Dai eu até desbloqueei ela do facebook...kkkk
Tive duas bisavós... morei com meus avós paternos por dois anos... meu avô paterno partiu quando eu ainda era criança e minha avó paterna estava por aí até pouco tempo ... foi uma convivência muita boa e tenho muita saudade... e sabe o que mais me dá saudades? Os sabores e as conversas!
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