quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Viver com menos? Menos de que?

Tentei no primeiro dia depois que retornei de viagem fazer uma lista das atividades realizadas e por realizar. Foi fácil em meia manhã encher uma folha de papel A4 e desisti!

Alguém já parou para pensar na quantidade de coisas que fazemos durante uma hora, durante um dia? É absurdo! Levanta, recolhe a roupa, coloca a roupa para lavar, recolhe a roupa seca, guarda a roupa, lava a louça, limpa a pia, organiza os quartos, arruma as camas, prepara o almoço, prepara lanche, vai no mercado, leva roupas na lavanderia e busca, aquela roupa que precisa de reparo vai para a costureira e precisa buscar, faz compras para si e para a família, paga IPTU, paga IPVA, acerta detalhes do apartamento, aguarda o marceneiro, vai trabalhar, trabalha, trabalha, volta para casa e lá começa o serviço doméstico até quase onze horas da noite.

Desde semana passada ou retrasada vem diarista uma vez por semana. Tinha parado por insatisfação com o serviço prestado pela anterior, pois está muito caro manter alguém para fazer o serviço doméstico e dessa forma tem que valer a pena. No mínimo a casa tem que ficar limpa. Mas, mesmo que tivesse alguém que viesse todos os dias tem aquelas coisas que a gente mesmo tem que fazer ou pelo menos me acostumei a fazer. Nos roupeiros, por exemplo, somente eu mexo!

E assim passam dias, semanas, meses e as mesmas atividades todos os dias e o dia todo! Posso até dizer que tenho sorte porque consegui me livrar de muitos itens (e muitos ainda estão esperando destralhe) e tudo tem um lugar certo. Acaso as coisas não tivessem exatamente sua "casinha" certamente eu estaria encrencada.

Certo! Destralhei, organizei, criei uma rotina para as coisas essenciais, estou praticando o consumo consciente na medida do possível e de acordo com o meu possível considerando a consciência da necessidade de ter também alguma vaidade, de também ficar bonita e respeitando as necessidades dos meus filhos que, mais uma sorte aqui, praticam um consumo bastante consciente.

E daí? Daí que não tenho visto sobrar tempo para tudo aquilo que eu pensava fazer quando chegasse nesse nível. Todas as atividades essenciais tomam horas e o tempo voa, o tempo anda mais rápido do que eu posso acompanhar. E, ao mesmo tempo que anda rápido, quando concentro consigo fazer milhões de coisas.

Penso que mais um foco daqui para a frente deverá ser a "concentração", desconectar de e-mails, acessar menos redes sociais e tentar desfrutar um pouco desse mundo um tantinho mais minimalista e organizado que criei para mim, caso contrário tudo que foi feito não terá sentido algum.

É necessário que eu consiga limitar o que faço ao absolutamente necessário e ainda há coisas que ando fazendo por esses bailes da vida que são totalmente desnecessárias. Às vezes o cansaço é tanto que só quero sentar e ficar sem fazer nada e depois, na hora de dormir, resolvo que tenho que fazer para o outro dia ser mais leve, ou seja, está havendo um mau aproveitamento das horas supostamente vagas.

Retirei tralhas e me atolei em compromissos que geram falta de energia. Fase esquisita e como já falei por aqui é hora de repensar.

O que está lhe incomodando na sua vida hoje?

2 comentários:

  1. Esses destralhes são bons pois fica mais fácil manter a casa, uma pequena ajeitada parece que foi feito uma faxina. Isso que senti e acho que é o caminho certo.

    Mas diferente de alguém que quer fazer tudo ;-), eu me arrasto, divido e nem me estresso com isso. Hoje por exemplo tive uma série de compromissos profissionais e como ainda estou sem carro aqui, tenho que me virar com metrô. Isso pra quem é acostumada com carro é quase o ó. Dai serviços domésticos que cabem à mim foram feitos só quando cheguei, quase 18h. Estava parecendo que passou um furacão, tenho o dom da bagunça natural, mas pouco tempo, nem meia hora deu pra fazer o que tinha que fazer.

    Penso que o principal destralhe é o de carga para si mesmo. Deixa que eu faço, ajudo, etc. Isso além de nos prejudicar na atividade, prejudica na saúde. Por isso sou a favor das divisões, seja em serviços domésticos, seja profissionais. Isso às vezes causa inimizades eternas. Tem uma funcionária da jt de poa que não pode nem me ver. Na faculdade, certa vez, num trabalho em grupo, ela pediu para por o nome dela e eu disse que não pois ela não tinha feito. Isso virou cara feia pra mim até então. Claro que isso não me abala, tem gente que faz isso numa boa mas eu acho um absurdo fazer trabalho por outros e isso às vezes tem consequências, como puxar tudo para si também tem consequências que dai sim nos prejudicam de fato.

    Nada me incomoda atualmente, não que eu tenha uma vida perfeita ou faça sorrindo uma coisa desagradável como pegar um metrô lotado e as coisas para resolver, diariamente, que só tende a aumentar agora. Mas isso não incomoda não. Vi ontem um cara , cego, andando com aquele negócio de guiar. Ele estava no mesmo metrô lotado que eu. Reclamar depois disso pra quê né, tenho que é ficar feliz por saber me virar numa coisa que sinceramente achava que nunca, jamais, em hipótese alguma, iria conseguir.

    Cansaço é normal, natural. Já tive vezes que me perguntavam o que eu iria fazer no final de semana e eu me imaginava atirada na minha cama, com o ar ligado e só acordando pra comer de noite ainda. Mas esse cansaço era além do físico, mental. Não por trabalho que achava divertido até, mas algumas pessoas que cansavam com seus problemas pessoais, bah isso me incomoda horrores, a coisa que eu mais odeio é estar trabalhando, tentando raciocinar e vir pessoa falar que comprou tal coisa, que tal loja está em promoção, que isso, que aquilo. Isso gosto na hora do café. Dividir hora pra uma coisa e pra outra, mas tem gente que tu é obrigada a conviver que não são assim e parece que nos roubam energias.

    Quanto à internet concordo e discordo. A gente passa usando mal para algumas coisas e culpamos que ela nos tira o tempo, mas ela facilita o tempo horrores se soubermos usar bem. Dosar as coisas é fundamental. Eu queria passar menos tempo perdendo em bobagens tipo facebook, mas de vez em quando a bobagem diverte. O saco é quando tá conectado no celular que tu não desliga nunca e a pessoa resolve te chamar, isso acho dose. E-mail não incomoda pois a gente abre e responde quando tá disponível né.

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    1. Adriana, quando olhamos para o lado sempre vemos alguém em uma situação pior, tal como o cego do metrô... rs... mas tem gente que nem olha e se afunda na sua própria tristeza.

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