domingo, 21 de setembro de 2014

A razão das coisas...

Mário Sérgio Cortella, filósofo, mencionou em uma de seus palestras que foi Secretário de Educação do Estado de São Paulo, sendo responsável por todos os professores do Estado e, embora nunca tivesse alfabetizado uma criança, coordenava todo o trabalho dos professores responsáveis por essa tarefa.

Eu gostaria muito de saber quais foram os critérios utilizados para chegar à conclusão de que ele pudesse chefiar uma equipe direcionada à alfabetização, por exemplo.

A cada dia nos é exigida maior produtividade, cada vez mais se fala em gestão de pessoas, você busca informações específicas quanto à sua área de trabalho e somente encontra aqueles textos e vídeos que representam um padrão a ser utilizado em qualquer área.

É preciso dividir tarefas, aumentar a produtividade, padronizar procedimentos, motivar a equipe, trazer maior qualidade de vida.

Dimensionar, executar, monitorar e adequar. Ok, ok!

E daí? Especificamente o que deve ser feito?
O que já aprendi especificamente, e ainda de forma imperfeita, foi encontrar aquilo que eventualmente se perde na rotina de trabalho. Coisas que vão parar em locais obscuros do sistema, ficam paradas e precisam ser localizadas.

Continua a questão: em relação às pessoas, qual a melhor abordagem? qual a melhor forma de divisão do trabalho? como despertar as pessoas que eventualmente tenham mais dificuldade?

E eu prendo encontrar uma fórmula para trabalhar diferente. É inconcebível que qualquer trabalhador se contente em chegar em seu local de trabalho, cumprir seu horário bem ou mal, esperar ansiosamente pelo final do expediente, e aguardar a morte chegar ou a aposentadoria se aproximar, mesmo porque o que se pode esperar na aposentadoria se a pessoa não viveu com um brilho nos olhos e não criou fatores de felicidade para que sejam aproveitados? A aposentadoria será apenas mais um fardo a ser cumprido durante o dia e a ser enfrentada na insônia da noite.

Tenho visto alguns brilhos nos olhos e isso me anima bastante.

Mesmo sem conhecer o caminho e as respostas é preciso seguir e buscar!

Seguir encontrando pessoas com certeza da própria capacidade, vontade de aprender, objetivos traçados. Buscar motivar as pessoas a ter consciência de que o trabalho é do "todo" e não do fulano ou beltrano. Largar o individual em prol do coletivo.

Diligenciar na busca da melhor forma de orientar, ensinar, até mesmo promover a repetição até que a coisa toda saia perfeita ou o mais perfeita possível. Quem é mãe já ouviu falar do método Kumon e se ele serve para matemática posso garantir que serve para nossas rotinas.

Podemos errar e é preciso admitir o erro de cada um. Acaso não errássemos não aprenderíamos. Aprendemos a andar, caindo. Sim, podemos errar quantas vezes forem necessárias para aprendermos. Não podemos ser corruptos, prevaricar, manter algum favorecimento a alguém de fora que nos seja caro, mas podemos sim errar. Perder o medo de errar é o primeiro passo e esquecer eventuais rótulos.

E justamente em razão de erros que cometi, de outros que não cometi, de acertos desvairados na concepção de algumas pessoas, eu já fui rotulada. 

Já recebi rótulos médicos, cujo termo não vale a pena citar, mas a partir dele comecei a agir conforme as informações que tinha respeito da doença e foi uma fase negra. Quando recebia uma crítica, simplesmente respondia que era doente e ponto. Até que por uma felicidade do destino consultei outro profissional e já fui dando o diagnóstico. A primeira coisa que ele pediu foi que eu retirasse o rótulo, que rótulos de nada servem e que eu não tinha doença alguma. Devagar, com paciência e observação fui alterando comportamentos. De médico e de louco todo mundo tem um pouco, mas passei a ter mais paz de espírito, menos desculpas e mais qualidade de vida.

Talvez algum de vocês já tenha sido rotulado. 

Pois bem, é hora de esquecer o rótulo que receberam de um médico, de um familiar ou de qualquer outra pessoa com quem tenham convivido durante algum tempo. Esqueçam os rótulos. Você é o que é, você é capaz de coisas que jamais imaginou e você pode sim ser feliz em qualquer local e você deve ser feliz em qualquer local. Você merece trabalhar em um local onde tenha brilho nos olhos e onde se sinta feliz. E a felicidade deve ser em relação ao que está fazendo, às pessoas com quem está convivendo e logicamente pelos benefícios que esse trabalho traga para sua vida.

Com a libertação do "rótulo" é possível trabalhar de forma diferente e ir ao encontro da satisfação.

Bem, e esse assunto acho que ficará por aqui algum tempo, permanecerei lendo e estudando... mas... considerando que estou de férias a partir de segunda-feira quero voltar os assuntos do blog para o que sempre falo: organização da casa e financeira, destralhe, minimalismo, controle das finanças.


2 comentários:

  1. Bah, sabe que uma das minhas vontades na vida era ver como é essa história de ficar com o pé que é um leque pra sair quando der o horário exato? rs, mas tirando o lado da brincadeira, deve ser horrível trabalhar com esse sentimento todo dia e eu já trabalhei com gente assim e deixavam até o ambiente pesado.

    Mas pelo menos com base em que já vi agindo assim, o que tornava os problemas justamente era o consumo descontrolado, os maus hábitos com dinheiro e ter uma desorganização master. Lógico que assim com o trabalho que exige muita concentração, muita desenvoltura pois lida com problemas dia sim, dia também, e já tendo um peso a carregar, dai a coisa desanda, pois se acaba trabalhando pra pagar coisas e tal, que a gente precisa, mas se tem controle e se organiza, pode buscar trabalhar em área que gosta e assim tornar o dia a dia menos penoso no levantar cedo, chegar tarde.

    Já trabalhei também com gente que fazia uns negócios lá pra motivar a equipe e no fim isso só resultava em fofocas, era bem inútil, mas a sócia lá achava que isso era bom e pagava até caro pra 1 vez por mês a gente ter umas coisas pra fazer, dai ia na sala de reunião, teve uma vez que era pra elogiar o outro, outra pra criticar, ficar com um palito de fósforo queimando e tu tendo que falar enquanto o treco quase queimava teu dedo, isso nunca melhorou em nada na minha opinião motivação alguma de todos da equipe.

    Quanto à rótulos, nem sei, geralmente não me incomodo. Um dos rótulos que sempre tive era de ser "cri,cri", certinha, ou coisa do gênero. Tanto que uma vez, numa aula de geografia, um colega me pediu tenaz emprestado e eu emprestei, não é que o peste pega pra por na cadeira da professora e nisso ela chega, ele sai correndo e me devolve o tenaz, eu guardo e ela depois de levantar e perceber o ocorrido, ficou p. da vida e disse que ninguém saia e foi olhar estojo por estojo, adivinha de quem ela pulou? Eu já estava imaginando minha mãe tendo que me pegar lá no soe e me xingando, rs, e isso até hoje é assim, até com meus colegas de trabalho de SP, por um lado é bom, por outro não, pq deixam contigo porque sabe que tu vai acabar fazendo, não vai deixar passar algo, essas coisas, preferia não ter esse peso.

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    1. Eu adoro trabalhar, ontem mesmo, apesar das férias, fui de manhã e fiquei até o meio da tarde, certo que resolvendo problemas administrativos porque se tivesse pego meu trabalho mesmo teria ficado até a noite... rs
      Trabalhar no que gosta e ter organização financeira são dois fatores que podem trazer qualidade de vida, com certeza!
      Não temos essa cultura da motivação, mas uma palestra do Cortella deixa qualquer pessoa animada.
      Essa coisa de carregar o mundo nas costas é complicado... é preciso colocar limites nas pessoas...

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