terça-feira, 16 de junho de 2015

Sobre casais e vida financeira...

O começo de um relacionamento é sempre cercado de magia, paixão e todos os demais sentimentos que fazem evaporar qualquer atitude racional.

Nesse passo um quer agradar o outro e sempre existe aquele mais "acomodado" que vai se deixando mimar. O tempo vai passando e a realidade desponta para a pessoa que assumiu mais compromissos do que deveria. A infelicidade se instala e os conflitos iniciam.

É a mulher que assumiu todos os compromissos da casa como mercado, escola e roupa para os filhos, etc. É o homem que tinha como única incumbência os bens de maior valor - casa própria, outros bens imóveis e veículo de luxo, sem qualquer preocupação com a manutenção das necessidades básicas da família.

Tudo parecia bem no início, como lindos são todos os inícios. A vida anda, a pessoa envelhece e acaba por precisar de algum procedimento médico. Não fosse o terror do momento, o clima do hospital, o marido liga para saber quem pagará os R$ 70,00 da caçamba de uma reforma. Continuando a situação, vem o anestesista e informa que cobrará R$ 3.000,00 pelo procedimento. Aqui todo mundo concordaria que o marido deveria providenciar esse valor, mas não. Ele liga para aquela hospitalizada e diz que deverá dar um jeito no dinheiro, talvez poderia emprestar. A pressão sobe e lá vai chamar o cardiologista.

Assim caminha esse casal que desde o primeiro dia não se preocupou em falar claramente sobre vida financeira e compromissos, que desde o momento primeiro deixou a vida financeira andar sem qualquer rumo, sem discussão e sem acordo.

Então, mesmo que a pessoa goste dessa situação e se sinta confortável nela, é preciso economizar. Deixar de comprar uma bolsa aqui e um sapato acolá para fazer uma reserva para a terceira idade ou mesmo para alguma surpresa desagradável que a vida prepare.

A pessoa assume mais compromissos do que pode. Leva uma vida com gastos superiores aos seus ganhos. Nunca se preocupa com uma poupança ou com uma renúncia de alguma porcaria que quer comprar. No final de tudo sequer tem valores para cuidar da saúde.

É preciso pensar no futuro e não no futuro lindo e maravilhoso com jardins com flores e descanso na aposentadoria e sim em uma vida que é inevitável: a falência de nosso corpo físico e as despesas que a manutenção da saúde exige.

Um comentário:

  1. Num outro local que eu trabalhava tinha uma secretária que ganhava pensão do ex-marido e ele humilhava pra pagar, tanto que uma outra colega uma vez proibiu ela de ligar pro tal ex-marido e que se fosse pedir dinheiro que pedisse pra ela, que não queria ela se humilhando e chorando pelos arquivos. Essa pessoa trabalhava mas ela tinha uns hábitos ruins de consumo, bem descontrolada, os olhos brilhavam quando se falava em roupas, bolsas, sapatos, etc. E era inteligentíssima, eu tinha dito pra ela estudar porque com a prática que ela sabia, rapidinho dava um pulo e que eu tinha aprendido coisas com ela que não tinha aprendido com professores renomados e etc, e ela era muito bonita também, tinha 48/49 anos na época e aparentava ter 35 sem exagero, não aparentava mais mesmo, tanto que quando me falou eu demorei pra acreditar. Mas acho que o fato de não ter tido reserva, não ter trabalhado na época do casamento e ter uma vida meio cômoda deixou ela daquele jeito que tinha tudo para dar uma rumada na vida e estava aceitando ficar ali naquela situação. E tinha dias que ela brincava de pedir dinheiro pra mim, que como naturalmente sou conhecida como "mão de vaca" nos lugares ela pedia x e complementava que não era para eu perguntar o que ela ia fazer com o dinheiro e eu retrucava que essa seria a primeira pergunta que eu ia fazer antes do meu não..rs

    Ter uma renda, guardar, isso é essencial, até pra dar valor pras coisas que compra. Eu quase vivi um período assim, mas bati tanto o pé e só aceitei depois de me cercar de garantias que não ia ficar assim com uma mudança que no fim até foi melhor.

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